terça-feira, 28 de agosto de 2012

O importante novo livro de Charles T. Tart, O Fim do Materialismo


O novo livro do Pesquisador Psi e escritor Charles T. Tart demonstra os avanços sutis na área das pesquisas psíquicas dos últimos anos e demonstra o quão infantil é a visão de mundo mecanicista ainda imperante.


Charles T. Tart, nascido em 1937, é um reconhecido psicólogo e engenheiro norte-americano que, por suas pesquisas, tornou-se a maior autoridade viva sobre a questão da consciência humana e sobre o alcance da Parapsicologia. Seus artigos e livros são considerados alguns dos melhores em ambas as áreas e seu trabalho ajudou a desenvolver a chamada Psicologia Transpessoal. Dois de seus livros tornaram-se textos clássicos: Altered States of Consciousness, de 1969, e Transpersonal Psychologies, de 1975.

Ao lado de Lawrence LeShan, Stanislav Grof, D. Scott Rogo e Sam Parnia, Tart (foto) constitui em um dos autores indispensáveis e mais sérias no controvertido e ainda pouco conhecido, como se deve, universo da Parapsicologia. De fato, sua autoridade é tão grande que pretensos parapsicólogos de gabinete, à exemplo do folclórico Pe. Quevedo, o citam constantemente, muito embora Tart tenha desmentido as alegações de Quevedo sobre supostas afirmações que Tart nunca fez sobre os experimentos de Rhine na universidade de Duke (e que, segundo a fantasia de Quevedo, teriam provocados distúrbios mentais em voluntários) fragorosamente em carta ao pesquisador brasileiro Wellington Zangari, aproveitando a mesma para por abaixo as pretensões quevedianas a um auto-reconhecimento internacional que não existe.

O novo livro deste pesquisador, O Fim do Materialismo, constitui-se em um compêndio de pesquisas efetuadas nas últimas cinco décadas sobre a realidade dos fenômenos de PES (Percepção Extra-Sensorial) e outros, incluindo casos de comunicação com mortos, que apontam para, ao menos, as limitações canhestras da visão de mundo mecanicista ainda atuante e ao cientificismo puramente reducionista adotado por parte da comunidade cinetífica e leiga. Tart, em seu livro, discorre sobre pesquisas discretas, mas muito bem feitas, ocorridas em dezenas de universidades dos Estados Unidos e em outros países, demonstrando que há no homem algo mais que um feixe de impulsos de natureza estritamente auto-conservativa, de natureza sexual e/ou agressiva.

O texto faz uma defesa convincente das limitações paradigmáticas, propondo a união possível da ciência com o estudo psi, e mesmo da espiritualidade, sem cair no ridículo do misticismo ou do teísmo convencional, as numa forma racional e vivencial de expansão dos limites paradigmáticos que, de resto, é corolário próprio da Psicologia Transpessoal. Portanto, a leitura de “O Fim do Materialismo” é algo que se torna obrigatório às mentes inteligentes e curiosas que não se deixam acomodar nem pela proposta materialista e muito menos se sente confortável diante da ingenuidade do pensamento religioso ainda existente.

Carlos Antonio Fragoso Guimarães

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Um Pouco mais sobre W. Reich




POLÍTICA E SEXUALIDADE NA TRAJETÓRIA DE REICH:
VIENA (1927–1930)
(*)
[POLITICS AND SEXUALITY IN THE TRAJECTORY OF REICH: VIENNA (1927–1930)]

(Para acessar o artigo em arquivo do word, clique aqui)

(*) Artigo originalmente publicado em
Encontro
Revista de Psicologia, vol. 11, n.o 14, jul-dez 2006, p. 62-77


Ailton Bedani
Psicólogo, Psicoterapeuta da Corporalidade,
Mestre em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo,
Coordenador Pedagógico do Programa de Formação em Abordagem Clínica Reichiana e Gerenciador deste Espaço ORG2.

Paulo Albertini
Prof. Dr. do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.

Resumo: Este estudo aborda o trabalho de cunho sexo-político que Wilhelm Reich empreendeu em Viena, entre 1927 e 1930, quando ainda pertencia à Associação Psicanalítica Internacional. Procurou-se, mais especificamente, focalizar: a) a construção do engajamento social de Reich e as formulações teóricas em que ele se apoiou; b) as propostas de intervenção social que estiveram sob sua coordenação e sua filiação à perspectiva preventiva; c) o confronto que o autor estabeleceu com a teoria cultural freudiana. Quatro fontes de dados foram consultadas no material reichiano: os textos publicados no período 1927-1930; os escritos que ele publicou anteriormente, contendo noções utilizadas em sua produção sexo-política; trabalhos editados posteriormente, nos quais o autor reavalia a etapa aqui considerada; e uma entrevista concedida por Reich, em 1952, aos representantes dos Arquivos Sigmund Freud. Ao final, as principais características da sexologia-política reichiana, do período aqui estudado, são arroladas e discutidas.

Palavras-chave: pensamento reichiano; sexualidade; política, psicanálise.

Abstract: This study concentrates on the sex-political works undertook by Wilhelm Reich in Vienna, between 1927 and 1930, when he was still a member of the International Psychoanalytical Association. More specifically, we aim at examining: a) the construction of Reich’s social engagement and the theoretical apparatus he based himself upon; b) the proposals for social intervention under his management, and his affiliation to the preventive perspective; c) the confront promoted by the author with Freudian cultural theory. Four sources of data were referred to among Reich’s works: the texts published in the period between 1927-1930; the writings he had published earlier, containing concepts used in his sex-political production; works edited afterwards, in which the author reexamines the period we focused on; and an interview given by Reich, in 1952, to the spokespersons of the Sigmund Freud Archives. At the end, the main characteristics of Reich’s Sexology Political, from the period we analyzed, will be listed and discussed.
Keywords: Reichian thought; sexuality; politics, psychoanalysis.


Link para o artigo:

http://www.org2.com.br/sexologiapolitica-viena.htm